O Piauí é o segundo estado brasileiros onde proporcionalmente a população mais passa fome, segundo dados do 2º Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil  (Vigisan). No estado do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e que é administrado há 20 anos pelo grupo político do petista Wellington Dias, 34,3% da população sente fome. (Veja o estudo completo)

Segundo a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (14/09), o Piauí fica atrás apenas do estado de Alagoas (36,7%) e é  seguido de Amapá (32%), Pará (30%), Sergipe (30%) e Maranhão (29,9). A situação nesses estados é considerada insegurança alimentar grave, quando as pessoas são privadas do consumo de alimentos e fome.

Esses números são bem acima da média nacional, que é de 15,5% da população, o que representa que três a cada 10 famílias passam fome no território nacional. 

"Os resultados refletem as desigualdades regionais registradas no relatório do II VIGISAN, e evidenciam diferenças substanciais entre os estados de cada macrorregião do país. Não são espaços homogêneos do ponto de vista das condições de vida. Há diferenças socioeconômicas nas regiões que pedem políticas públicas direcionadas para cada estado que as compõem", aponta Renato Maluf, coordenador da Rede Penssan.

Baixa renda

As famílias com renda inferior a meio salário-mínimo por pessoa estão mais sujeitas à insegurança alimentar moderada e grave. Essa é a situação de 76,5% dos domicílios desse perfil de renda em Sergipe e em 72% dessas casas no Maranhão. O índice é alto em diversos estados: 67,6% no Pará, 66,1% no Piauí e 65,7% em Santa Catarina.  

Além da renda, o endividamento das famílias contribuir para piorar o cenário da fome. Na maioria dos estados do Nordeste, pelo menos 45% das famílias estão endividadas – em Alagoas este índice chega a 57,5%. Os números também são altos no Amazonas (52,6%) e no Distrito Federal (55,6%). 

A fome na infância 

A insegurança alimentar apresenta, ainda, outra face cruel no Brasil. Nas casas em que há crianças com menos de 10 anos, a fome é maior. Em domicílios com moradores nesta faixa de idade, a proporção de insegurança alimentar moderada ou grave está acima de 40% em todos os estados da região Norte e a sete dos nove estados do Nordeste.