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Helder Felipe

TRABALHO ESCRAVO: Pessoas são resgatadas em Campo Maior e Castelo do Piauí

Ao todo, 39 pessoas estavam trabalhando em situações análogas a de escravidão na colheita do pó de carnaúba e detonando pedreiras.

Foto: MPT

 Foto: MPT

Trabalhadores dos municípios de Campo Maior e Castelo do Piauí foram resgatados pelo Grupo Móvel, que reúne representantes do Ministério Público do Trabalho, auditores fiscais do Trabalho, Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e ainda Polícia Rodoviária Federal. Ao todo, 39 pessoas estavam trabalhando em situações análogas a de escravidão na colheita do pó de carnaúba e detonando pedreiras. A operação também aconteceu nos municípios de Buriti dos Lopes, Batalha, Anísio de Abreu e Flores do Piauí.

Ficou evidenciado nas inspeções realizadas que as pessoas dormiam  em locais sem proteção contra intempéries, em baixo de lonas ou árvores, sem instalações sanitárias, sem água potável e sem local adequado pra estocagem e preparação de alimentos. Além de não terem suas carteiras de trabalho assinadas.

Segundo relatório produzido, em dois dos pontos que sofreram fiscalização, os trabalhadores utilizavam pólvoras para detonar pedreiras: “A pólvora era adquirida pelos trabalhadores e guardada em uma caixa ou sacola no barraco onde dormiam. A pólvora era comprada em supermercado (pólvora preta). Compravam de unidade, uns 4 ou 5 cartuchos. Detonavam a pólvora utilizando uma bateria. Se posicionavam há uma distância de uns 20 metros na hora da detonação”, diz o documento.

O Ministério Público do Trabalho afirmou que os empregadores foram identificados. Após serem contatados, arcaram com os pagamentos das verbas rescisórias devidas aos trabalhadores. Somente um deles não efetuou o pagamento. Ações judiciais cabíveis devem ser ingressadas pela instituição.

Em 2022, o MPT-PI já resgatou 52 trabalhadores detectados em situação análoga a de escravidão.

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