Jovem preso por engano no Piauí é solto após três dias em presídio
Conforme decisão judicial que determinou a soltura, foi "evidente a discrepância" entre Allan e o verdadeiro Allan do mandado
O entregador Allan Santos da Silva, 24 anos, foi vítima de uma prisão injusta em Teresina, no último sábado (20). Conforme decisão judicial, ele foi confundido com um homem de mesmo nome, mas 18 anos mais velho, do Espírito Santo. Ele chegou a ser encaminhado a uma unidade prisional, teve o cabelo raspado e ficou três dias preso.
O g1 procurou a Secretaria de Segurança, que informou que não vai se pronunciar a respeito. Procurou também a Secretaria de Justiça, que informou poder responder sobre o caso apenas na segunda-feira (29). O Tribunal de Justiça também foi procurado, e ainda não se manifestou.
Segundo Allan, cerca de 10 viaturas da Polícia Militar foram até o local onde ele estava com amigos no último sábado (20), uma residência na Zona Rural da capital. Todas as mulheres foram retiradas do imóvel e os homens tiveram seus nomes e fichas criminais verificados. Quando buscaram pelo nome dele, encontraram um mandado em aberto. Contudo, o mandado não era para ele.
"Um inferno, uma data que nunca vou esquecer. Eu lutarei até a minhas últimas forças para processar o estado porque é isso que merece por todo sofrimento, toda coisa que passei. Chorei [na] cela. Cheiro de bosta (sic), senti cheiro de m***, pedi ajuda, mas não me ajudaram. Farei de tudo para processar o estado. Farei de tudo para ganhar e que eles aprendam a lição, que nunca julgue um livro pela capa e agradeço a Deus por ter me tirado daquele lugar", disse Allan.
Conforme decisão judicial que determinou a soltura, foi "evidente a discrepância" entre Allan e o verdadeiro Allan do mandado, um homem de mesmo nome, de 42 anos, do Espírito Santo, condenado a cinco anos de prisão por roubo, e cujo nome da genitora também é igual ao de sua mãe.
Contudo, fisionomia, filiação paterna e números de documentos constavam no mandado de prisão e são bastante diferentes dos dele. Além disso, o rapaz era menor de idade quando o Allan do mandado de prisão foi condenado.
A confusão poderia ter sido desfeita na audiência, mas como o mandado de prisão havia sido expedido por um juiz do Espírito Santo, o alvará "desfazendo" a prisão não foi expedido logo pela Justiça piauiense. Allan chegou a ficar alguns dias em penitenciárias do estado e só foi solto quando o defensor buscou novamente a Justiça do Piauí.
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